Nos últimos meses muitos países do mundo iniciaram seus programas de vacinação contra a Covid 19 e acenderam a chama de esperança de que essa penosa travessia está perto de se encerrar. Com a exceção de Israel, que lidera o ranking de vacinação mundial em relação ao percentual de sua população e já passou de 20% de sua população imunizada, todos os países seguem em velocidade relativamente lenta. Os motivos são óbvios, os dois gargalos para a imunização mundial em massa são o ritmo de produção das vacinas e a capacidade dos sistemas de saúde dos países de aplicarem as doses.
O Brasil tem o maior sistema de saúde pública do mundo e uma capacidade de imunizar todos os dias 1 milhão de pessoas em todo o país sem ampliar já existente. Mas estamos atrasadíssimos na aquisição das doses necessárias para fazer avançar a imunização na velocidade que merecemos. Nosso governo federal joga contra o país. Apesar de ter mudado de ideia em relação a vacina nas últimas semanas, Bolsonaro, seus filhos e ministros destruíram as relações diplomáticas do Brasil com os países que produzem insumos e doses da vacina prontas para uso. Obviamente, essas nações preferem vender a preciosa vacina primeiro para os amigos.
Mas ainda assim estamos começando nossa vacinação. Porangatu mesmo recebeu 340 doses que, segundo o PNI, Programa Nacional de Imunização, devem ser destinadas a profissionais de saúde que trabalhem na linha de frente do atendimento a vítimas da pandemia, indígenas que vivem em seus territórios, pessoas com deficiências que vivem em instituições de assistência e idosos com mais de 60 anos que vivem em asilos e pessoas com mais de 80 anos.
Na últimas segunda feira, 18 de janeiro, o Instituto Butantã, instituição brasileira da Universidade de São Paulo responsável pelos estudos, importação e fabricação da única vacina disponível no Brasil, a CORONAVAC, apresentou para a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o pedido para a distribuição de mais 4 milhões de doses já produzidas pelo Instituto. É um alento saber que a produção das vacinas está andando. Mas a lentidão ainda é preocupante. A primeira leva de vacina distribuída pelo Butantã distribuiu 6 milhões de doses. Essa segunda vai distribuir mais 4 milhões. Precisamos lembrar que cada pessoa precisa tomar duas doses para ser considerada imunizada. Mesmo se todos jogassem a favor seria difícil porque a demanda é enorme. Mas quem deveria liderar todo esse complicado processo só faz atrapalhar: o nosso governo federal.
A produção de novas doses da CORONAVAC depende da importação de insumos da China. O problema é que nossa política diplomática com esse importante parceiro comercial foi infantil, agressiva e irresponsável durante os anos de Governo Bolsonaro. A mesma coisa aconteceu com o outro fornecedor de insumos a Índia, que produz a vacina da Oxford / AstraZeneca. Todos os países do mundo querem a mesma coisa: vacina. O resultado é que somos empurrados para o final da fila e nosso povo está pagando o preço.
Mas precisamos trabalhar. Manter os cuidados com a COVID 19 evitando contatos desnecessários, se isolar ao máximo e pressionar os responsáveis para que a vacina chegue a todos o mais rápido possível. O Brasil tem 209 milhões de habitantes. Até agora temos em solo brasileiro vacinas para menos de 5%. Temos que avançar.
Por fim, desejo melhoras ao Vice-Prefeito de Porangatu, Capitão Pires, e a todos os que estão doentes na cidade. Que todos se recuperem e que a vacina chegue para nos livrar desse grande perigo e para que possamos retomar nossa vida com alegria, com todo mundo junto e misturado novamente.
Gerson resumo com precisão a atual situação da vacinação no Brasil e no mundo comparativamente. Ressalta a negligência sistemática do Governo Federal em prover a Saúde e cumprir seu dever e que devemos continuar nos cuidando solidariamente sempre. Parabéns !