Pedágio entre Porangatu e Anápolis deve custar em média R$40,40 na Nova BR-153

O que deve mudar? Quem são essas empresas? Quais os ganhos logísticos? Quais serão os custos e onde ficarão os pedágios?

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No dia 29 de abril se completou o processo licitatório que concedeu o trecho da BR-153 que passa por Porangatu por 25 anos prorrogáveis por mais 5 anos para o Consórcio formado entre as empresas Ecorodovias e GLP. O que deve mudar? Quem são essas empresas? Quais os ganhos logísticos? Quais serão os custos e onde ficarão os pedágios? Vou tentar responder a todas essas perguntas aqui neste artigo.

Nós goianos não somos gente acostumada a pagar pedágios para transitar, não está na nossa cultura. Pois a partir da construção das praças de pedágio teremos que pagar. No começo pagaremos para transitar em pistas simples, já que a previsão da duplicação chegar a Porangatu é 2026. Com a aplicação do desconto obtido na licitação a previsão da cobrança inicial seja de R$ 10,21 para cada 100 Km de pista simples. Isso quer dizer que ir pela BR-153 de Porangatu até Anápolis custará em pedágios cerca de R$ 40,40 reais em pedágios. Depois das obras de duplicação o preço base passará para R$ 14,30 para cada 100 Km duplicado.

Esses valores são altos se comparados com os preços cobrados pela Concessionária Triunfo, que por causa da diferença do modelo de concessão tem tarifas muito menores. Hoje pra ir de Goiânia a Brasília, percorrendo 200 Km, paga-se R$ 1,90 na praça de pedágio de Goianápolis e mais R$ 2,90 na praça de Alexânia, somando R$ 4,80. Os valores foram reduzidos em junho de 2020, quando o custo total somava R$ 7,50.

Quem ganha mais com a concessão das rodovias para a iniciativa privada são os cofres públicos, que trocam uma despesa por uma receita. Além de ganhar com os impostos, o poder público recebe o valor da outorga e deixa de gastar com manutenção. Apesar do custo extra, os ganhos para os usuários da rodovia são em segurança e conservação da rodovia. Além de cuidar do estado de conservação da pavimentação, a concessionária mantém a sinalização e oferece serviços de socorro em caso de acidentes.

Para essa licitação também estão programadas algumas novidades, como descontos para usuários frequentes que precisem se deslocar por trechos curtos onde estejam praças de pedágio e desconto de 5% na tarifa dos usuários que usarem o sistema de cobrança eletrônica.

A licitação prevê um investimento de 14 bilhões de reais na região, que vai gerar alguns empregos temporários para as obras de duplicação e permanentes para a manutenção e gestão da rodovia e das praças de pedágio. A região de Porangatu também terá um grande ganho logístico. É como se a distância para a região sul do Estado e do país diminuísse. Com uma estrada mais segura e trânsito mais fluído as viagens serão mais rápidas. Também haverá uma grande redução dos acidentes e das vítimas fatais da estrada.

Gerson Neto é jornalista, radialista, ambientalista e especialista em Planejamento Urbano e Ambiental.

Duas empresas foram o consórcio vencedor da licitação da BR-153. A Ecovias é uma das maiores empresas de gestão de rodovias do Brasil, responsável por 12 concessões importantes em todo o país. Entre elas a do sistema Imigrantes/Anchieta que liga São Paulo a Santos, a Rodovia Ayrton Sena/Carvalho Pinto que oferece uma alternativa a Via Dutra no trecho paulista da ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, e da Ponte Rio-Niterói. A empresa GLP é especializada em logística e possui 16 grandes galpões logísticos em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e também está presente na União Européia, China, Índia e Japão.

Por fim, vamos deixar aqui uma tabela com os preços de tarifa esperados para cada praça de pedágio programada.

Locais previstos para as novas praças, com base no Trecho de Cobertura de Praça (TCP):

Praça de PedágioRodoviaKmMunicípioEstadoTCPTarifa esperada p/ pista simples
P 01BR-153636+500AliançaTO66 kmR$ 6,73
P 02BR-153741+750FigueirópolisTO91 KmR$ 9,29
P 03BR-15316+600TalismãGO88 KmR$ 8,98
P 04BR-153116+000Santa Tereza de GoiásGO84 KmR$ 8,57
P 05BR-153185+300UruaçuGO104 KmR$ 10,61
P 06BR-153234+200São Luiz do NorteGO104 KmR$ 10,61
P 07BR-153371+850JaraguáGO104 KmR$ 10,61
P 08BR-080156+200Barro AltoGO104 KmR$ 10,61
P 09BR-414404+500PlanalmiraGO104 KmR$ 10,61

1 COMENTÁRIO

  1. É meu amigo, o sonho da rodovia duplicada para o norte goiano demorou mas chegou. E chegou chegando. Com os dois pés na porta.
    Pagar uma média de R$ 10,00 de pedágio em qualquer praça já é um absurdo. Num trecho como esse do Norte goiano é mais abusivo ainda, pois sabemos muito bem que o norte goiano sempre foi uma região economicamente menos favorecida que o sul. Ainda que tenha uma forte produção agropecuária, essa parte de Goiás tem muita gente com baixo poder aquisitivo ou nenhum.
    Sabemos que é importantíssimo para o Brasil concessões como essa das estradas, mas que venham para somar, não para subtrair dos mais carentes. Lógico que carente, na mentalidade nacional, não anda de carro. Refiro-me ao típico trabalhador que ganha pouco e com pouco consegue comprar um carrinho pra ir e vir. Só que com um pedágio desses, no valor proposto para a região em questão, o povo humilde dali não vai poder mais ir e vir para Goiânia por exemplo. Mal poderá ir, quiçá vir.
    Falta ao Brasil, aos governos federais, estaduais e municipais, e parlamento, e também às empresas concessionárias, uma sensibilidade maior e mais empatia para como o povo brasileiro e sua fragilidade em ter que desembolsar R$ 40,00 de pedágio, além dos enormes gastos com combustível, para fazer uma simples viagem de Porangatu à Goiânia ou Anápolis, para por exemplo, trazer o filho ou a mãe idosa numa consulta médica especializada, que pra esse humilde trabalhador do norte goiano, só encontrará na capital.
    É sonho, junto com o fim do caminho.
    Mas, como diria Gil, ” vamos andar com fé, que a fé não costuma falhar”.

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