Nesta quinta-feira, 22 de abril de 2021, José de Barros Garção (74 anos), popular Zé Garção que foi por várias décadas imperador da folia na cidade, faleceu em decorrência de uma AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Zé Garção começou a participar dos giros de folia na região de Porangatu ainda criança. O amor pela folia foi passado de pai para filho com mais de 60 anos de vivência. Seu pai Manoel de Barros Garção era alferes bandeira, responsável por conduzir a bandeira do divino espírito santo durante todo o giro da folia.
Além de ser imperador, também foi embaixador desta tradição milenar. E ao longo de tantos anos, exerceu diversas funções nessa cultura de folião, a caixeiro, capitão, guia, catireiro mantendo acessa também as danças como o chorado e curraleira, entre outras. Ele começou a girar a folia, depois de uma promessa para recuperação da saúde do seu filho e assim o fez enquanto teve saúde.
Foram registradas diversas manifestações pela perda do filho porangatuense. O pároco Eduardo Lustosa disse: Fomos tomados de surpresa pelo falecimento do nosso querido irmão paroquiano, seu José Garção... Tenho certeza e sou testemunha nesses quatro anos em Porangatu, que seu José Garção se preparou para sua morada definitiva. Homem de profunda fé. Todos os domingos às 07 horas presente na Santa Missa da Matriz.
Ainda segundo o pároco, nesse momento difíceis da pandemia que os idosos não podiam participar, ele ia até a frente da Matriz para receber a Sagrada Comunhão. Poetas e foliões também externaram seu sentimento de tristeza pela passagem de Zé Garção:
A folia do Divino perde mais um folião. Foi um grande violeiro e tinha dedicação. A folia tá encerrada, terminou sua jornada: José de Barros Garção. Vai com Deus amigo, descanse em paz! (Sutero Cavalcante)
Hoje Porangatu está tristonho. Morreu um grande folião. Mas, deixou um grande legado: A nossa bela tradição. Pedimos que o Divino Espírito Santo acolha nosso irmão! Descanse em paz amigo José Garção! (Belinha)
Eu quero para minha raça. A dor que ainda contínua. Eu ir na cova de José Garção. No cemitério da rua. Ele não chorou na minha. Mais eu fui chorar na sua. (Rodrigo Folião)
