O prefeito de Niquelândia, Fernando Carneiro foi preso nesta quinta-feira (10), durante o andamento da Operação Cidade Limpa, em razão da posse irregular da arma de fogo, encontrada sem o devido registro, na gaveta de um móvel na residência do prefeito.
Após pagamento de fiança, o chefe do Executivo responderá o processo judicial por posse ilegal de arma de fogo em liberdade.
A operação teve início em Uruaçu, na residência de um ex-secretário de Finanças de Niquelândia,Uesley Elias Salvador, onde foram apreendidos equipamentos eletrônicos e documentos e outros endereços ligados a Fernando Carneiro e a outras autoridades que trabalham ou trabalharam com ele na prefeitura.
OPERAÇÃO CIDADE LIMPA
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP), para cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão determinados pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
As investigações desenvolvidas apuraram supostos crimes previstos na Lei de Licitações e desvio de recursos públicos na Prefeitura de Niquelândia, no norte goiano. As medidas cumpridas têm como referência duas investigações distintas, ambas relacionadas a contratos de limpeza.
A primeira investigação abarcou contratos de limpeza urbana e transporte de resíduos celebrados entre os anos de 2018 e 2019. Apurou-se a celebração sucessiva de contratos com uma mesma empresa mediante dispensa de licitação, com elevação exorbitante do preço dos serviços sem justificativa, entre outras irregularidades, contrariando a Lei de Licitações.
Há suspeitas de que os contratos, com a empresa Servflora com valor global de R$ 4.288.784,52, teriam sido intencionalmente superfaturados, causando prejuízo aos cofres públicos de Niquelândia.
A segunda investigação também tem por escopo serviços de limpeza, mas, desta feita, realizada com a Conserníquel nas unidades da Secretaria Municipal de Saúde. Foi verificada a contratação de empresa com dispensa indevida de licitação e que deixou de observar as formalidades legais. Tal contratação indevida também foi realizada no ano de 2018 e previa o montante de R$ 623.811,23, a ser pago mensalmente para realização da limpeza e manutenção do Hospital Municipal e outras unidades de saúde, valor que seria superfaturado.
No curso da operação, foram mobilizados 53 policiais para realizar o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos municípios de Niquelândia, Uruaçu e Anápolis. Além da arma de fogo e munições também foram apreendidos valores em dinheiro (R$ 95 mil em dinheiro vivo) que estava em uma mala de viagem.
Concluídas as investigações, os autos serão encaminhados ao Judiciário e os indivíduos poderão ser responsabilizados pelos crimes de dispensa indevida de licitação, peculato e associação criminosa.
Com informações da Polícia Civil