
Uma bebê cinco meses de Porangatu que foi com os pais passear em Trindade para que os avós pudessem a conhecer morreu depois de receber atendimento médico na Upa da cidade.
A família denuncia que foi por causa de uma injeção que deveria ser aplicada na veia, mas acabou sendo injetada nas costas da criança. A TV Anhanguera mostrou o caso com exclusividade.
Os pais da pequena Ayslla Helena Souza Lopes procuraram a unidade de saúde do Setor Cristina em Trindade na sexta-feira (04), depois que notaram algumas feridas na região da boca dela que apresentou dificuldade para mamar no peito.
A médica pediatra diagnosticou a menina com a doença pé-mão-boca e receitou um analgésico oral e um dipirona na veia. Mas, devido a dificuldade de acessar a veia da bebê, a enfermeira teria tido a autorização da médica, fez a aplicação intramuscular na região lombar.
Além dessa medicação foi entregue aos pais uma receita médica prescrita com mais dipirona em gotas, iboprofeno e soro para reidratação oral. Eles então perceberam que o local onde foi aplicada a injeção surgiu uma ferida, ficou escuro, inchada e com secreção e o quadro de saúde de Ayslla piorou.
No domingo (06), os pais Andréia Lopes Pereira e Marcos Vinicius Fernandes de Souza procuraram a unidade novamente. O médico de plantão prescreveu dipirona gotas, diclofenaco e orientou que em casa fizessem compressa quente três vezes ao dia e drenagem no local.
Na manhã desta segunda-feira (07), quando voltaram a unidade pela terceira vez a saúde da bebê já estava em estado crítico. O relatório médico informa que a bebê estava com taquidispinéia grave (respiração acelerada e difícil), desconforto ao respirar, baixa saturação e sonolência. Em 10 minutos o caso se agravou para uma parada cardiorrespiratória.

A equipe teria tentado reanimar a bebê por 1hora e 10 minutos sem sucesso. O Boletim Médico do próprio hospital informa que a morte ocorreu por insuficiência respiratória e choque séptico e o que contribuiu para a morte foi a injeção aplicada na criança.
A Prefeitura de Trindade emitiu nota lamentando a morte da bebê e informando que abriu sindicância administrativa para verificar se houve algum equívoco em relação às prescrições e o modo de administração dos medicamentos. Informou que toda equipe envolvida no caso foi afastada de suas atribuições até que os fatos sejam apurados e ainda que presta apoio a família através da Assistência Social e que colocou profissionais para atender as necessidades dos pais bem como o serviço funerário.
A bebê estava sendo velada, mas na manhã de hoje, terça-feira (08), o velório foi interrompido porque a Polícia Civil decidiu que o IML de Goiânia recolhesse o corpo da criança para realização do exame cadavérico para apontar a real causa da morte.
“Eu espero que se comprovado algum erro, o responsável pague porque por mais que ela não vá voltar, que isso não ocorra com mais ninguém. E que ela (a bebê, Ayslla) saiba que mesmo ela não estando aqui mais, eu continuo lutando por Justiça por ela e sempre fazendo de tudo por ela. Mesmo ela não estando aqui”, desabafou a mãe, Andréia.
A delegada responsável pelo caso, Cássia Borges, informou que o laudo deve ficar pronto em até 60 dias, o prontuário foi requisitado e a equipe envolvida no atendimento começou a ser ouvida.
O corpo de bebê deve ser liberado para voltar ao velório ainda hoje.
Com informações da TV Anhanguera


