Dois feminicidas foram condenados no norte de Goiás neste mês de abril

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Minaçu

Sidrônio Alves de Lima, de 48 anos, foi condenado em júri popular a 18 anos de prisão, nesta terça-feira (23), pela morte da ex-esposa Neurice Araújo Torres, que tinha 53 anos. O julgamento teve início às 9h da manhã e seguiu até 23h, onde foram ouvidas 11 testemunhas.

A agricultora foi encontrada morta seminua com a cabeça mergulhada em uma caixa d’água, no assentamento rural onde morava em Minaçu, no norte goiano. O réu estava casado com outra mulher, mas não aceitava o fim do relacionamento com Neurice. Ele teria a procurando para ter relações extraconjugais, mas a vítima negava a reaproximação.

A agricultura Neurice, ou “Dona Neura” como era conhecida pelos companheiros de assentamento, estava separada de Sidronio desde 2017, após ter denunciado o companheiro por agressão e tentativa de estupro.

O crime aconteceu no dia 11 de setembro de 2022. Momentos antes de morrer, a agricultora mandou mensagem para uma das filhas afirmando que o marido estava rondando a casa dela e por isso estava com medo. A Polícia Civil conseguiu levantar que o condenado estava na cidade de Trombas, local próximo ao assentamento onde a vítima morava, ingerindo bebida alcoólica e ainda que ela estava na casa da vítima entre 1h e 1h30, horário compatível com o da morte.

O suspeito ficou quase um mês foragido e foi preso no dia 8 de outubro do mesmo ano.

Uruaçu

José Edilson de Souza Alves foi condenado (09) pela morte da ex-companheira, a professora Elenice Pereira Salgado, inicialmente a 18 anos de reclusão, que caiu para 15, após a consideração de algumas atenuantes como ter confessado o crime e ser réu primário.

Acusação e defesa vão recorrer da sentença. Os quatro advogados que defenderam o criminoso querem a redução da pena a ele imposta, já o promotor de Justiça quer que o assassino tenha a pena elevada para cerca de 20 anos. O condenado por feminicidio triplamente qualificado chegou a fugir após o crime, mas foi preso três dias depois (25/07/2022) pela Polícia Rodoviária Federal em uma rodovia do Piauí.

Elenice Salgado era de origem humilde, foi gari e trabalhou no comércio até conseguir se formar em pedagogia. Dava aulas para alunos do ensino fundamental de uma pública de Uruaçu. No dia 24 de julho de 2022 foi atraída até a casa do ex- companheiro que não aceitava o fim do relacionamento e acabou brutalmente assassinada.

O assassino utilizou duas facas a atingindo 20 vezes e ainda uma barra de ferro. A professora teve o crânio esmagado e o rosto completamente desfigurado por José Edilson. Seu corpo foi descoberto por um encanador contratado para um serviço na residência do namorado da vítima.

José Edilson veio do Estado da Paraíba, morar em Uruaçu. O namorado da vítima já havia demonstrado agressividade em ocasiões anteriores. Dois meses antes do crime, Elenice foi à Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam), mas não quis registrar ocorrência e pedir medida protetiva contra o homem.

Ao ser interrogado, o réu tentou transferir culpa à vítima, negando o fato de que ele perseguiu Elenice, por não aceitar o fim do relacionamento. Também deu a entender que a ex-companheira estaria lhe traindo.

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