
Mais dois pacientes transferidos em caráter de urgência do Hcamp Porangatu para o HCN de Uruaçu morreram na noite desta segunda-feira (12). São eles: Celso Rodrigues do município de Porangatu e Divina Geralda de Oliveira da cidade de Novo Planalto.
As transferências ocorreram após queda de uma árvore (mangueira) atingindo a fiação da rede elétrica no domingo (11), por volta das 13 horas, ocasionando queda de energia em várias setores inclusive no Hcamp.
Em notas emitidas pela Prefeitura de Porangatu, a mesma admitiu falha no primeiro sistema de oxigênio (rompimento da correia), mas ressaltou que foi acionado um segundo sistema de segurança, que passou a fornecer oxigênio para UTI de forma normal e atendendo a demanda.
“A Secretaria de Saúde ressalta que o gerador de energia da unidade encontra-se em pleno funcionamento, disponibilizando eletricidade para toda a unidade, sem nenhuma intercorrência. Em momento algum faltou energia, medicamento ou oxigênio aos pacientes em atendimento e que os mesmos foram transferidos por segurança”.
Porém, servidores e ex-servidores denunciaram ao Portal SR, à Polícia Civil e à Câmara de Vereadores que a necessidade da troca da corrente do alternador do gerador já havia sido comunicado à direção do Hcamp, aproximadamente 20 dias e que a transferência poderia ter sido evitada.
Além desses dois pacientes que foram a óbito (Celso e Geralda) no dia seguinte (segunda) após a transferência, no dia do ocorrido (domingo) foram registradas outras duas mortes: Albinor Rodrigues Pereira de 76 anos que morreu no Hcamp Porangatu, antes da transferência e Altamiro Antônio de Souza de 70 anos que faleceu no Pronto Socorro de Uruaçu.

A questão é pauta de investigação na 12ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Porangatu, através do delegado Luciano Santos, e de solicitação de abertura de CPI na Câmara de Vereadores de Porangatu através do vereador Kléber Ferreira para apurar se houve negligência por parte da administração do Hcamp Porangatu e Secretaria de Saúde quanto à manutenção do equipamento compressor, responsável por distribuir o oxigênio aos leitos de UTI.
Outra questão que chama a atenção no ocorrido, foi que nas notas emitidas pela Prefeitura de Porangatu, houve contradição com relação a questão da árvore. Num primeiro momento foi divulgado que o dano a rede elétrica foi” em virtude de realização de podas de árvores realizadas por munícipe sem a prévia autorização da Enel”.
Em outra nota foi informado que: “… uma árvore (mangueira) em uma propriedade particular caiu, atingindo a fiação que fornece energia ao Hospital de Campanha de Porangatu…”. Com isso, por se tratar de uma árvore localizada em calçada, assim como no caso de praças e canteiros centrais, também pode ser de responsabilidade da prefeitura.
Já, árvores dentro de imóveis são de responsabilidade do proprietário do mesmo. Se nesse caso, realmente tivesse tido a poda de árvores realizadas por munícipe sem a prévia autorização da Enel, ele poderia ser responsabilizado. O problema poderia ter sido maior, uma vez que a árvore caiu numa tarde de domingo, quando não havia pessoas transitando pelo local, inclusive colaboradores de uma emissora de rádio e TV, em frente ao ocorrido.
“Tem que fazer o acompanhamento, principalmente daquela árvore que é muito antiga, muito grande e próximo de uma rede de energia. Essa questão da responsabilidade da árvore, ela vai ser valorada no inquérito instaurado para investigar essas mortes. Tecnicamente ela está sendo investigada em conjunto”, explicou o delegado Luciano Santos.