Na tarde desta terça-feira (20), começou circular nas rede sociais uma nota oficial da Clinorte, Clínica de Hemodiálise de Porangatu que informa que desde o início deste ano, o repasse do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, … “não vem sendo repassado pela prefeitura à clínica com atrasos de três meses”.
A nota também diz: “Com o sufocamento financeiro da Clinorte, suas portas serão fechadas e 139 pacientes estarão desassistidos, condenados a morte, caso não encontrem outro serviço que tenha vagas para os mesmos”.
A primeira nota foi emitida sem data e assinatura, mas em seguida recebemos a mesma com os devidos informes e também um vídeo dos sócios-proprietários da clínica, Robson da Silva Tavares e Cristiano em que eles reafirmam o problema financeiro:
… “Temos a receber da Prefeitura de Porangatu, a fatura do mês de maio de 2021, o dinheiro repassado do Covid de 2020 para os pacientes em tratamento da clínica, os exames laboratoriais da clínica e três meses das sessões de hemodiálise realizadas no Hcamp de Porangatu, totalizando um montante de mais de R$ 600 mil reais. Marcamos algumas reuniões ao longo do ano e marcamos novamente uma reunião na próxima terça-feira (27), a fim de que seja sanada esse problema”.
Em resposta, a Prefeitura de Porangatu através do controlador do município, Higor Guimarães gravou um vídeo (anterior a gravação dos sócios-proprietários) e enviou documentos a redação do Portal Sheilismar Ribeiro. No vídeo, Higor afirma que não é verídica a informação e mostra documentos.
… “Nós estamos aqui com o último protocolo realizado referente ao mês de maio. Isso mesmo. Uma nota emitida em 28 de junho referente a serviços prestados no mês de maio de 2021 e pasmem! Só foi protocolada em julho de 2021. Ou seja, a nota expedida mais de um mês após a prestação do serviço, tornando impossível o pagamento do mês trabalhado ou sequer dentro dos próximos 15 dias, pois a nota é emitida mais de 30 dias. Hoje, dia 20 de julho entramos em contato com representantes da empresa e pasmem, a nota de junho ainda não foi expedida”.
O vídeo e os documentos repassados ao Portal Sheilismar Ribeiro foram encaminhados aos sócios-proprietários e aguardamos um posicionamento, sendo que este texto poderá ter alterações a qualquer momento.
alterações a qualquer momento.
ATUALIZAÇÃO – 14h41
Recebemos ligações dos sócios-proprietários da Clinorte que explicaram diversos fatores a nível nacional e municipal que está inviabilizando a continuidade da prestação de serviços aos pacientes atendidos na unidade em Porangatu.
Em seguida em áudio enviado a nossa redação (12h59), foi explicado que as clínicas de hemodiálise a nível nacional tem enfrentado uma gravíssima crise sem reajustes há cinco anos nas sessões de hemodiálises e a situação ficou ainda agravada porque devido a pandemia os insumos tiveram acréscimo muito grande porque a maioria são importados.
Com relação as notas e o protocolo apontado em vídeo pela Prefeitura de Porangatu, os diretores pontuaram que a morosidade está dentro da própria prefeitura, uma vez que primeiramente os documentos são enviados à Secretaria de Saúde e pontuou os três problemas relacionados:
- Recurso de Dezembro: Depois de intensa discussão no Ministério da Saúde, na presença do Sociedade Brasileira de Nefrologia, da Associação do Centro de Diálise de Transplante, o Ministério da Saúde fez um reforço financeiro para esse ano da Covid. Não é para o paciente é pelos gastos. Com o Covid, os insumos tiveram aumento de mais de 100% e esse recurso a mais foi depositado em dezembro na Prefeitura de Porangatu e até hoje não recebemos e de uma forma estranha, todo o Brasil já recebeu. Desde então, nós estamos tentamos constantemente receber esse recurso do Covid que é de extrema importância pra nós.
- Laboratórios: Toda clínica de hemodiálise do Brasil, os laboratórios eles são, ou feito pela clínica de exames laboratoriais ou a própria clínica tem autonomia para terceirizar pra algum laboratório sob orientação do coordenadora estadual de diálise, Hélia (Alves). Afinal de contas quando nós recebemos o dinheiro do Ministério da Saúde que passa pela prefeitura, junto com o pagamento da hemodiálise vem também o gasto mensal com os exames do paciente. Todo mês nós fazemos exames para ver a qualidade da diálise e se tem alguma alteração que nós podemos mudar o tratamento. E foi feita uma licitação pela Prefeitura de Porangatu, em que uma clínica da cidade recebeu esse vínculo de fazer os exames na clínica de hemodiálise.
- Problemas no repasse: Nós temos um problema no fluxo de repasse do SUS pela prefeitura. Existe um contrato que em que num prazo de cinco dias úteis deve ser repassado para o prestador de serviço e em Porangatu chegamos até a 25 ou 30 dias. Essas questões vem inviabilizando a situação financeira da clínica.
“Já tivemos várias reuniões e na próxima terça-feira (27), às 14h30 estaremos aí, não como médico e empresário, mas vão também algumas pessoas importantes em todo esse contexto como representante da Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, queremos representantes dos pacientes, precisamos sim do representantes das secretarias de saúde da região para que possamos afinar essa conduta desse fluxo para não passarmos por essa situação e dar continuidade aos atendimentos com a qualidade destes 12 anos que estamos em Porangatu”, arrematou o Robson da Silva Tavares, médico nefrologista e sócio da Clinorte.
Em novo vídeo da Prefeitura de Porangatu, o secretário de Finanças, Manoel Toledo, afirmou que … “em função de algumas exigências da atual gestão quanto a documentação necessária para que se cumpra o pagamento da Clínica de Hemodiálise, e também do atraso da mesma em protocolar a sua documentação resultou em atraso no repasse de seus pagamentos”.
CLINORTE
A Clinorte – Clinica de Hemodiálise de Porangatu presta serviço na cidade há 12 anos e hoje atende 139 pacientes de 19 cidades da região. 47 destes pacientes são de Porangatu e ainda gera 30 empregos diretos na cidade.
A hemodiálise é destinada à pessoas que tem o funcionamento dos rins comprometidos sendo realizada três vezes por semana ininterruptamente. É um tratamento de manutenção à vida e consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue, como se fosse um rim artificial. É o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue como a creatinina e a ureia.