A ex-primeira-dama de Estrela do Norte, Elaine Cristina Vaz, foi condenada nesta terça-feira (26), por participação no assassinato do ex-prefeito da mesma cidade, Geraldo Nicolau Filho, popular Curica (2001 e 2008) a 14 anos e 6 meses de reclusão. O julgamento foi presidido pelo o juiz Flávio Florentino de Oliveira.
A condenação ocorre oito anos após o crime registrado em 1º de outubro de 2015 quando saia do quarto de um motel à margem da BR-153, no povoado Caxias, que fica no trevo que dá acesso à cidade de Mara Rosa.
Na época, Elaine delatou ao marido o caso extraconjugal que sua concunhada (Anésia Xavier Peres Almeida, mulher de Trajano Almeida, também irmão do ex-prefeito) mantinha com Geraldo. Isso teria levado o então prefeito Wellington José de Almeida e Waldivino José de Almeida (outro irmão) a vingarem o irmão traído, matando o desafeto político.
De acordo com a denúncia do MP, Anésia morava na casa do cunhado Wellington Almeida junto com o marido. O casal, no entanto, era amigo de longa data do ex-prefeito Geraldo, desafeto político de Wellington. No dia do crime, Anésia foi vista pelo filho do então prefeito entrando no carro do amante, com quem seguiu para um motel.
Ao ser avisada pelo filho adolescente, Elaine pediu que Renata (servidora pública) fosse até lá verificar se o carro do ex-prefeito estava no motel. Ao ter a confirmação, ela contou ao marido e seu outro cunhado Waldivino José de Almeida, que foram para o local.
As investigações apontaram que os três ficaram escondidos em um quarto do motel, próximo à suíte onde estavam os amantes. Anésia e Geraldo foram surpreendidos por Wellington, Waldivino e Elaine quando saiam do estabelecimento. O então prefeito e o irmão estavam armados, já Elaine estava afastada para filmar o adultério.
Waldivino teria entrado em luta corporal com a vítima que, imobilizada, acabou sendo baleada à queima roupa por Wellington, mas Waldivino também efetuou disparos, matando Geraldo na hora.
Ação penal movida pelo MPGO foi desmembrada
Elaine Cristina Vaz foi a segunda a ser condenada na ação penal movida à época pela promotora de Justiça Cristina Emília França Malta e que foi desmembrada, tendo também como réus Renata Pereira Rezende, Wellington José de Almeida, que está foragido (ambos aguardam julgamento), e Waldivino José de Almeida, julgado e condenado em 2021 a 20 anos de prisão.
No julgamento de Elaine, apesar de a defesa requerer a absolvição da ré alegando falta de provas, o Ministério Público, representado pela promotora de Justiça Gisele de Sousa Campos Coelho, titular da PJ de Mara Rosa, sustentou a acusação de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, consistente em vingança ao adultério praticado pela concunhada com a vítima, e por ter sido o crime praticado mediante recurso que impossibilitou a defesa de Geraldo.
Em razão da pena aplicada, a ré deverá, após o trânsito em julgado da sentença, iniciar o cumprimento da pena que lhe foi imposta no regime fechado. No entanto, foi dado a Elaine o direito de recorrer da sentença em liberdade.
Viúva de Curica cometeu suicídio
O corpo da ex-primeira dama, Lucivânia Lúcia de Andrade Nicolau, foi encontrado no dia 19 de abril de 2021 dentro do banheiro da casa dela com uma corda amarrada ao pescoço, sem sinais de luta corporal ou violação na residência. À época do crime, Lucivânia afirmou que acreditava que Curica havia caído em uma emboscada, já que pretendia disputar as eleições e tinha informações que comprometeria a gestão do então prefeito, autor do crime.
Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MPGO